DISTANÁSIA: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL PSICOSSOCIAL DA MORTE

Daniel Rossini de Albuquerque, Wiliam Azevedo Dunningham

Resumo


Introdução: A representação social da morte vem mudando ao longo da história. A morte se tornou um fato que deve ser escondido da nossa sociedade, se refletindo nas ações individuais e culturais. A medicina trouxe para si a responsabilidade da morte ou a responsabilidade de evitá-la ou prolongá-la a todo custo. Este fato fez com que surgisse um novo paradigma cultural: A morte sob terapêutica intensiva, o que favoreceu distorções nas condutas junto aos pacientes, a distanásia. Objetivos: Analisar a influencia das representações sociais da morte, elaboradas por médicos que trabalham em UTI, sobre as práticas de distanásia. Métodos: Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas com médicos que trabalham em UTI. A análise foi feita através da técnica de análise de conteúdo na modalidade de análise temática. Resultados: Após análise qualitativa das entrevistas, foram gerados 06(seis) temas: O papel da não-aceitação da morte como fator causal da Distanásia; Mudança cultural: A morte sai do ambiente familiar; A Ausência de uma Educação para a Morte: da Pré-escola à Faculdade de Medicina; A Medicina Moderna e o Perfil Obstinado do Médico; A obstinação terapêutica e as pressões externas; e O papel da religião. Conclusões: A não-aceitação da morte favorece a propagação da Distanásia nas instituições médicas, principalmente em UTIs. Os profissionais de saúde, em especial os médicos, não têm uma preparação adequada para lidar com a morte, o que torna indispensável um avanço do ensino médico nesse sentido.


Palavras-chave


Bioética; Eutanásia; Distanásia; Medicina

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Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. ISSN: 1414-0365