MECANISMOS EPIGENÉTICOS INDUZIDOS PELO ÁLCOOL NA EXPRESSÃO DE GENES DETERMINANTES DO COMPORTAMENTO SUICIDA: FATO OU OCORRÊNCIA AO ACASO?

Lisandre Frazão Brunelli, Vilma Aparecida da Silva Fonseca

Resumo


O presente artigo tem como intuito lançar luz a um tema bastante comum em nossa sociedade assim como em nosso mundo globalizado, o que permite o reconhecimento de dados satisfatórios para justificar um enorme número de suicídios a todo o momento e em diversas partes, casos muitas vezes esclarecidos em suas causas e outros, de forma diferente, não resolvida do ponto de vista etiológico, mas que já podem caracterizar um problema de saúde pública. Da mesma forma, o alcoolismo tem sido evidenciado como agente precursor de diversos transtornos orgânicos e mentais, agindo como meio facilitador para comportamentos bizarros, julgamentos equivocados, podendo levar indivíduos a cometer atos impulsivos como no caso do suicídio. Articulando temas tão atuais, a epigenética explica a possível ativação de genes envolvidos com o comportamento suicida através de mecanismos específicos acionados pela ingestão de álcool fora dos limites. A seqüência genética de cada indivíduo normalmente apresenta informações específicas que vão caracterizá-lo na sua individualidade; ocorre que estas informações contidas nos genes podem ou não se expressar, dependendo da exposição ambiental, ou epigenética. Nos indivíduos com transtornos mentais o mecanismo é exatamente o mesmo, sendo que os portadores de genes para comportamento suicida (genótipo) podem ou não expressar a patologia ou mesmo a gravidade dos sintomas (fenótipo). O álcool pode ser um grande ativador da expressão genética em suicidas. A genética atual proporciona pesquisas que podem auxiliar no tratamento de desordens psiquiátricas graves através do estudo e emprego de psicofármacos que vão agir de forma direcionada a alvos farmacológicos específicos ou mesmo prevenindo comportamentos de risco que possam culminar de forma fatal.

Palavras-chave


Suicídio; Repressão epigenética; Alcoolismo; Metilação

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Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. ISSN: 1414-0365